Existem dois tipos de vírus herpes simples (HSV), tipo I, principal responsável pelo herpes labial recorrente e o tipo II, associado ao herpes genital. O HSV inicia com uma infecção primária e posteriormente uma infecção latente, que pode ser complicada por recorrências mais ou menos frequentes.
A infecção recorrente pelo vírus herpes simples é um problema de saúde. Afeta aproximadamente um terço da população mundial. A gravidade e a frequência variam de pessoa para pessoa. Pode causar dor, desconforto, coceira, formigamento, ferida (várias vesículas agrupadas) nos lábios ou em região genital, às vezes febre, bem como restrição social devido ao seu comprometimento estético. Além disso, tem um impacto negativo na qualidade de vida pessoal. Pode interferir nas relações amorosas, levando muitas vezes ao isolamento, estresse e depressão.
Geralmente, as crises duram de 2 a 5 dias, mesmo sem tratamento. Em pacientes com deficiências do sistema imunológico, pode causar uma cicatrização mais lenta e recorrências dolorosas.
Alguns fatores podem aumentar o risco de crises como insônia, depressão, estresse emocional ou físico (cirurgias), hormônios (menstruação, gravidez), infecções (gripe, sinusite, pneumonia), traumatismos locais, deficiências do sistema imunológico, entre outros. Identificar os fatores de risco é importante para o tratamento.
O diagnóstico de herpes recorrente é clínico (história e características das lesões ao exame físico).
O tratamento é individual. É baseado nas queixas do paciente, na gravidade dos episódios, na relação custo-benefício e na presença ou ausência de resposta terapêutica. O uso de medicamentos antivirais profiláticos pode ser feito em alguns casos. Tem como objetivo diminuir a recorrência, o tempo de cicatrização e ulceração da lesão. Outra opção é a imunoterapia (vacina). Não é específica para o HSV, mas pode ser usada na imunoestimulação inespecífica da resposta celular, a fim de diminuir a virulência do vírus herpes, aumentar o intervalo entre as crises, diminuir o tempo de duração e melhorar a cicatrização. A imunoterapia não está indicada em pacientes com deficiências do sistema imunológico e em pacientes que estejam usando medicações diminuem a imunidade (imunossupressores).
Evite a auto-medicação! Em caso de dúvidas, procure um alergista/imunologista para uma consulta e avaliação imunológica.
Referências
- Nikkels AF, Piérard GE. L’herpès labial récidivant. Comment traiter et prévenir au mieux [Recurrent labial herpes. How to treat and prevent it best]. Rev Med Liege. 2006 May-Jun;61(5-6):442-7. French. PMID: 16910274.
- de Paula Eduardo C, Aranha AC, Simões A, Bello-Silva MS, Ramalho KM, Esteves-Oliveira M, de Freitas PM, Marotti J, Tunér J. Laser treatment of recurrent herpes labialis: a literature review. Lasers Med Sci. 2014 Jul;29(4):1517-29.
- Stamberry LR Herpes simplex vírus vacines as immunotherapeutic agentes 1995. Trends Microbiol 3:6, 244-7.