A urticária crônica espontânea, que tem duração maior que seis semanas, é uma doença frequente com uma prevalência na população geral entre 0,5 e 1%. Acomete mais o gênero feminino (68,3%) com pico de incidência aos 25-44 anos (idade média 42,4 anos).
Essa enfermidade é caracterizada por placas de cor clara ou avermelhadas, associadas à coceira e às vezes sensação de queimação, de natureza efêmera, com a pele retornando ao seu aspecto normal geralmente dentro de 24 horas. Em 30% dos casos, está associada ao angioedema (edema súbito e pronunciado da derme profunda e subcutâneo que pode acometer pálpebras, lábios, mãos, pés).
A média dos sintomas é de dois a cinco anos e em 20% dos pacientes os sintomas podem persistir por mais de cinco anos.
Pode ser desencadeada por diversos fatores: estímulos físicos (frio, calor, pressão etc.), drogas (opioides, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios), infecções (parasitoses, H. pilory), alimentos e doenças autoimunes (diabetes mellitus, vitiligo etc.).
A urticária crônica espontânea (UCE) modifica a qualidade de vida dos pacientes, interferindo no sono, nos aspectos emocionais, no trabalho e na vida social, além de ocasionar um impacto considerável nos custos diretos e indiretos relacionados à saúde.
A Urticária Crônica Espontânea é um desafio para os médicos e o seu tratamento tem como objetivo o controle dos sintomas. Os anti-histamínicos não sedantes são a primeira linha de tratamento. Quando prescritos nas doses recomendadas, menos de 50% dos pacientes conseguem uma redução dos sintomas. Para a Dra. Priscilla Filippo, alergista no Rio de Janeiro, embora os guidelines recomendem um aumento das doses quando as respostas são inadequadas, um grupo de pacientes não conseguem obter o controle adequado dos sintomas, necessitando associação de outros medicamentos.
Referências:
1) Broder M. et al. Resource use and costs in an insured population of patients with chronic idiopatic/spontaneous urticarial. Am. J. Clin Dermatol (2015) 16:313-321
2) Curto-Barreto L. et al. Update of the treatment of chronic urticarial. Actas Dermosifiliogr.2014;105(5): 469-482
3) Chow. Steven et al. Management of chronic urticarial in Asia: 2010 AADV consensus guidelines. Review. Asia Pac Allergy 2012;2:149-160