A rinite é a inflamação da mucosa nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: nariz entupido, espirros, coceira, nariz escorrendo e diminuição do olfato. As rinites podem ser classificadas segundo a sua duração em: aguda, subaguda e crônica.
Também são caracterizadas conforme os fatores causais: infecciosa (causada por vírus, bactérias, outros agentes), alérgica (causada por ácaros, fungos, pólen, epitélio de animais), ocupacional (alérgica e não alérgica), induzida por drogas (vasoconstritores tópicos, ácido acetil-salicílico, anti-hipertesivos etc.), hormonal entre outras causas (irritantes, alimentos, refluxo gastroesofágico etc.).
O que é rinite alérgica?
A rinite alérgica é definida como inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada pela imunoglobulina E, após exposição a alérgenos, cujos sintomas (obstrução nasal, coriza, espirros e coceira nasal) são reversíveis espontaneamente ou com tratamento. É uma doença crônica que acomete todas as idades e grande parte da população.
A prevalência de rinite alérgica nos países desenvolvidos está entre 10% e 20%. É reconhecida como uma importante causa de morbidade com significativa diminuição da qualidade de vida dos pacientes.
Classificação
Segundo recomendação da iniciativa Allergic Rhinitis and Its Impact on Asthma (ARIA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a classificação da rinite alérgica deve se levar em consideração a duração e a gravidade dos sintomas, incluindo aspectos de qualidade de vida.
Para o ARIA, a rinite pode ser classificada em intermitente quando a duração é menor que quatro dias por semana ou menor que quatro semanas; persistente quando a duração é maior que quatro dias por semana ou maior que quatro semanas. Pode ser leve, quando não interfere no sono, nas atividades diárias e os sintomas não incomodam; moderada ou grave quando a rinite compromete o sono, as atividades habituais como esporte, lazer, trabalho e escola e os sintomas incomodam.
Fatores que desencadeiam a rinite alérgica
Pode ter como fatores desencadeantes os ácaros da poeira, fungos, barata, epitélio de animais (cão, gato), pólens, ocupacionais (pessoas que trabalham com madeira, padeiros que trabalham com o trigo etc.), poluentes e irritantes (fumaça de cigarro, poluentes ambientais). Alimentos, corantes e conservantes alimentares raramente podem induzir rinite alérgica.
Como diagnosticar a rinite?
O diagnóstico de rinite alérgica é feito através da história clínica, exame físico e exames complementares. A rinite alérgica pode ser acompanhada de coceira e lacrimejamento ocular, podendo ter coceira no ouvido, palato e na faringe. Podem predominar os sintomas oculares como coceira, vermelhidão nos olhos, lacrimejamento e dor local.
Pacientes com rinite alérgica têm maiores riscos de apresentarem respiração bucal, otite, rinossinusite e asma.
Tratamento
Uma intervenção precoce com tratamento adequado pode melhorar a produtividade, a qualidade de vida, assim como prevenir a evolução para asma, é o que garante a especialista Priscilla Filippo, alergista no Rio de Janeiro
O tratamento tem como objetivo bloquear os mecanismos fisiopatológicos que causam a inflamação crônica e diminuir a vulnerabilidade dos pacientes às infecções das vias aéreas. O tratamento é individual e depende da frequência e do desconforto dos sintomas que repercutem na qualidade de vida dos pacientes. É composto pelas medidas de controle do ambiente, medidas farmacológicas e vacina (imunoterapia específica) quando indicada.
A indicação da vacina deve estar baseada na comprovação da sensibilização alérgica mediada pela imunoglobulina E, relevância da alergia do desencadeamento de sintomas do paciente e disponibilidade do extrato alergênico padronizado para o tratamento. A vacina tem como objetivo reduzir o grau de sensibilização e consequentemente a inflamação tecidual característica da rinite alérgica.
Referência: ARIA, 2012. Consenso Brasileiro sobre Rinites. 2012.