O uso de cosméticos por crianças e adolescentes, aumenta o risco de sensibilização, podendo causar dermatite de contato alérgica ou por irritante. É mais comum em meninas.
As reações por cosméticos podem ser de dois tipos:
Dermatite de contato alérgica ou por hipersensibilidade, que resulta da sensibilização prévia.
Dermatite de contato irritativa que ocorre após a aplicação do produto (vermelhidão, coceira, queimação). Não há um mecanismo imunológico.
O níquel é o sensibilizador mais relacionado na dermatite de contato pediátrica. Está presente nos piercings, brincos, pulseiras, colares e anéis. Além disso, alguns cosméticos podem conter metais: esmalte, sombra de olhos, rímel, delineador e batom.
Outros alérgenos relatados na dermatite de contato nessa faixa etária são cobalto, mix de fragrâncias, lanolina, neomicina, bálsamo do Peru, timerosol, formaldeído, parafenilenodiamina e borracha.
A parafenilenodiamina é usada em tinturas para cabelos e hena negra, causa a maioria dos casos de dermatite de contato relatados em crianças e adolescentes com tatuagens de hena negra. A moda de tatuagens temporárias de hena em crianças deve ser desencorajada.
Os cosméticos implicados na dermatite infantil incluem os esmaltes para as unhas, batons, produtos de maquiagem para os olhos e desodorantes.
As manifestações na pele são coceira, vermelhidão, inchaço, formação de bolhas e descamação. Geralmente na área que teve contato com a substância, mas pode ocorrer em outros locais. Os sintomas começam 12 a 48h após o contato e podem persistir por algumas semanas.
A alergia aos cosméticos não aparece na primeira vez quando o produto é usado, mas com o passar do tempo e o uso frequente.
A dermatite de contato alérgica pode ter um impacto negativo na qualidade de vida da criança e de seus familiares, pela perda do sono devido à coceira, irritabilidade e sentimento de inferioridade entre os grupos da mesma idade.
O diagnóstico de dermatite de contato alérgica é confirmado pelo teste de contato, correlacionado com a história clínica.
O tratamento é feito para amenizar os sintomas e deve ser evitado o contato com as substâncias causadoras.
Referências: Sharma VK, Asati DP. Pediatric contact dermatitis. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2010 Sep-Oct;76(5):514-20. doi: 10.4103/0378-6323.69070. PMID: 20826990.